Tomada de decisão

Luis Tiago General Ecosystem @pt-pt, main menu - Portuguese0

sticker,375x360.u1A Tomada de decisão na fair.coop é um tópico desafiante. Embora tenhamos começado com diferentes grupos ligados por uma assembleia como orgão de tomada de decisão, com a fair.coop tivemos necessidade de procurar outros modos, uma vez que uma assembleia global poderia ser inconveniente para alcançar acordos, visando contudo não perder características chave tais como participação, descentralização, respeito pela opinião das minorias e autonomia.

O método proposto consiste na combinação de três metodologias que normalmente funcionam separadas, mas que na fair.coop se complementam mutuamente: o Concelho, a tomada de decisão colaborativa através da rede social, e a votação.

Cada uma das três formas tem as suas forças e fraquezas, por isso trata-se de fazer com que cada uma reforce e controle as outras.

O Conselho tem a vantagem de ter um grupo visivel atrás de si, no qual os membros confiam, e com a responsabilidade de tomar decisões. Tem porém a desvantagem de ser um grupo pequeno e fechado, implicando que por defeito, não inclua a riqueza de ideias e pontos de vista de todos os membros.

A participação aberta na Fair.network permite que a inteligência colectiva produza as melhores ideias e refine os argumentos, mais, é a coisa mais próxima de uma assembleia onde qualquer opinião contrária pode enriquecer o comum para gerar novo consenso; a desvantagem é que com este formato virtual pode tornar-se demasiado difícil alcançar e implementar acordos. Além disso, a desconfiança, que é muitas vezes maior nos espaços virtuais, pode entravar a sua eficiência.

A desvantagem da votação é não permitir o trabalho construtivo dos participantes, nem fazer melhoramentos qualitativos ou tomar responsabilidade, mas permite maiores números de participação do que qualquer outro método, e os resultados são claros e inequívocos. Também pode ser requerida por diferentes assuntos de acordo com os correspondentes acordos metodológicos.

Nenhuma das três ferramentas por si só poderia fazer face ao desafio, mas as três juntas podem fazer o trabalho se bem empregues!

Para iniciar o trabalho, o primeiro passo é definir as regras do jogo em cada área da cooperativa, a qual, por ser descentralizada, partirá com quatro concelhos provisórios.

Os seus membros serão responsáveis por desenvolver estratégias e tomar decisões, mas apenas sobre os tópicos previamente aprovados pela cooperativa.

Para este fim, a primeira tarefa de cada concelho provisório será definir um documento de metodologia sobre como as decisões são tomadas na sua área e, particularmente, quais tópicos serão decididos pelo concelho e quais serão sujeitos a votação cooperativa.

O seu primeiro esboço será publicado na rede social e os membros poderão acrescentar os seus contributos, os quais podem ou não ser incluidos pelo concelho, e assim que existir uma proposta mais sólida, esta será votada.

Para que este documento seja aprovado tem de receber pelo menos 75% de votos. Precisa de uma maioria muito qualificada, porque é a base para todas as outras decisões.

Se aprovado, a comunidade pode começar a trabalhar com base nele, senão tem de continuar à procura de propostas da comunidade que sirvam para gerar um documento novo, de melhor consenso para que seja de novo votado.

Do mesmo modo, para que a participação seja contínua e evitar que qualquer posição apoiada pela comunidade seja silenciada, a qualquer momento um grupo de membros poderá reunir apoio para uma proposta a votar na FairNetwork e, se tiverem apoio suficiente poderão chamar a votação.

Este número mínimo é, por defeito, 10% dos membros, mas de qualquer modo será incluido no documento de metodologia submetido pelo Concelho do Ecossistema. O esboço, também tornará claro, como e, sob que condições, qualquer concelho ou núcleo pode renunciar uma proposta. Esta é uma possibilidade sobre a qual o grupo promotor não tem uma proposta específica, mas percebemos a necessidade de algum espaço sobre a tomada de decisão para reflectir sobre como equilibrar o risco de situações que podem ir contra o interesse da fair.coop, e a centralização do poder.

Portanto, o processo de tomada de decisão está aberto e ainda a ser definido por todos nós juntos.

Nós, enquanto grupo promotor da Faircoop, fornecemos duas ferramentas para tomada de decisão: primeiro, grupos de debate e discussão para partilhar esboços e gerar consenso, e segundo, ferramenta de votação. Deixamos que sejam os concelhos e a comunidade que os elege a definir a sua própria metodologia de tomada de decisão, por quanto seja consistente com os princípios da fair.coop.

Finalmente, recorde que para aceder às ferramentas de votação e poder votar, tem de ser membro da cooperativa. Por quanto tudo isto seja aberto, entendemos que, dada a facilidade de acesso, os participantes que estejam completamente envolvidos, devem ser de facto coorporativistas.

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